O Bloco de Esquerda alertou, em
conferência de imprensa, para os graves problemas urbanísticos e
ambientais que envolvem a cidade de Vila Real e o distrito.
Depois das propostas apresentadas pelo Bloco de Vila Real ao
PIDDAC/2009 que incluíam medidas de intervenção no "hotel do parque",
no Bairro dos Ferreiros e nas pedreiras que descaracterizam a paisagem
do nosso distrito sem requalificação, serem irresponsavelmente
reprovadas pelos deputados dos partidos PS, PSD e CDS, o Bloco de
Esquerda realizou uma conferência de imprensa onde alertou para a
urgência de intervenção e resolução destes problemas.
A falta de transparência que tem conduzido todo o processo do
mamarracho do hotel do parque foi o primeiro aspecto a ser realçado. Os
panos publicitários expostos no edifício levam os vila-realenses a
julgar que ali se irá instalar um hospital privado, mas sérias dúvidas
são levantadas quando por trás deste projecto está a Empresa Existence
e o projecto Ofélia Club que tem investido em vários projecto noutras
cidades, como Penafiel e Abrantes. Estes projectos referem-se a
residências de luxo para a 3ª idade com assistência médica e não a
simples hospitais privados. A pergunta impõem-se: Afinal o que será do
edifício do hotel do parque, um hospital privado ou o Ofélia Club?
A
autarquia apresenta, assim, o projecto para o edifício de forma pouco
clara, passando para a população a imagem de um futuro hospital privado
como trazendo benefícios públicos e para todos, para depois, afinal,
tratar-se de um empreendimento privado de luxo direccionado e trazendo
benefícios só para alguns.
A pouca clareza deste processo passa
também pela falta de informação que a câmara municipal faz chegar aos
vila-realenses. Nas últimas declarações do Presidente Manuel Martins
(bastantes infelizes na forma como se dirigiu à deputada Alda Macedo)
foi dito que teve uma reunião com a CCDRN, mas não adiantou mais nada.
Sendo este um problema que afecta a população de Vila Real há quase 3
décadas, o Bloco considera que os vila-realenses, para além de terem o
direito, merecem saber o que se passa e se de facto se passa alguma
coisa.
Houve, ainda, quem acusou o Bloco de Esquerda de ter
cometido incorrecções técnicas, o próprio presidente da câmara Manuel
Martins acusou o Bloco de "não saber a missa a metade" apesar da
deputada Alda Macedo o que apresentou no parlamento foi exactamente um pedido de esclarecimento.
Estas acusações são, também, facilmente justificadas com o
comportamento de restrição de informação por parte da câmara municipal,
é de salientar que o Bloco de Vila Real dirigiu-se à câmara municipal a
solicitar o acesso ao processo público do mamarracho, no entanto o
acesso foi recusado. Portanto, respondendo ao presidente, o Bloco exige saber a missa toda.
Em
relação ao Bairro do Ferreiros o Bloco de Esquerda fez um trabalho de
auscultação dos moradores do bairro que se mostraram muito preocupados
com a situação do mamarracho, lamentando a falta de informação que
recebem da câmara municipal, sendo esta a zona que é mais afectada pelo
edifício do hotel do parque. É ainda de interesse acrescentar o
profundo desagrado que os moradores mostraram relativamente à
intervenção do polis naquela zona, que mais não foi que uma operação de
cosmética, não resolvendo os problemas cruciais do bairro.
As
pedreiras são mais uma das grandes preocupações do Bloco devido ao
enorme impacto que estas causam na paisagem do distrito, que resulta da
exploração anárquica e muitas vezes ilegal desta industria. O Bloco
exige que a lei seja cumprida aquando do abandono das explorações.
Sabendo que compete à industria requalificar a paisagem quando a
exploração acaba. O Bloco pretende, portanto, um estudo de
monitorização ambiental como ponto de partida para apoiar a industria
das pedreiras a cumprirem a lei e manter a importância económica desta
actividade para a região.
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