A população de Pedras Salgadas, em
Vila Pouca de Aguiar, saiu à rua, ontem, em protesto contra a Unicer.
Contestam as obras já feitas no parque termal e, sobretudo, as que
faltam fazer. A empresa diz "estar a fazer tudo para concluir a obra".
População exige prazos.
E o que falta fazer, afinal? O "essencial", diz Rui
Sousa: o hotel principal que deveria ter assinatura de Siza Viera, a
recuperação da Casa de Chá, o Parque Temático da Água, o Museu do Carro…
No momento em que entregou a petição ao director da fábrica da Unicer (Água das Pedras) o autarca
repetiu os argumentos, acrescentando que os postos de trabalho
prometidos também não foram criados.
A manifestação partiu do centro da
vila. Parecia uma procissão. A comparação é de Armindo, o funcionário da
Junta que trata do cemitério. "Devagar, mais um bocadinho para frente,
andai vós… é como numa procissão!", comandava, a saltitar de um lado
para o outro. "Quem tiver lenços abane, abane!!!", continuava. Junto ao
Parque Termal, um homem grita: "Olha o tanque que devia ser uma
piscina!". "Isso, isso! Essa boa!!", incentiva outra manifestante.
À
chegada ao portão da fábrica da Unicer, onde a água das pedras é
engarrafada, os comentários subiram de tom. "Fora daqui! Gatunos!!!",
gritava-se entre assobios. O presidente da Junta de Bornes de Aguiar,
Rui Santos, desdobrava-se em declarações. "Pretendemos tornar público a
nossa revolta", explicava, segurando uma petição com 1500 assinaturas. O
documento "exige a conclusão na íntegra" do projecto da Unicer para o
Parque Termal de Pedras Salgadas, que já foi o maior pólo turístico da
localidade.
Num documento, distribuído à
imprensa, a Unicer revelou que já foram investidos no parque 8,5 milhões
e justificou o atraso das obras com "o contexto macroeconómico
altamente desfavorável" e "com o facto dos apoios do Estado (através do
QREN) terem sido substancialmente inferiores aos acordados".
Entregue
a petição, Rui Sousa regressou para junto do povo, subiu a um muro e
gritou: "Agora está nas mãos da Unicer. Vamos aguardar até ao dia 4.
Obrigada a todos!", disse, referindo-se a um compromisso onde a empresa
avance com "prazos" para concluir as obras.
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