O primeiro-ministro português esteve presente esta sexta-feira, | em
Alijó, no arranque oficial da barragem de Foz Tua, cuja construção vai
provocar a submersão da linha ferroviária do Tua.
A deputada do Bloco de Esquerda, Rita Calvário, condenou a construção
desta infra-estrutura, defendendo que, “com esta opção, perdem as
populações, perde o país e perde esta região que precisa de
desenvolvimento”.
A barragem de Foz Tua, inserida no Plano Nacional de Barragens, que
será construída a uma quota de 170 metros e submergirá 16 quilómetros da
linha ferroviária do Tua, terá, segundo Rita Calvário, “um contributo
ínfimo para a produção de energia no país”.
O enterramento da linha ferroviária do Tua, “um património com mais de
120 anos de história e que dá acesso a paisagens únicas que serão
destruídas”, condenará as populações ao “isolamento e à interioridade”,
acabando com um serviço público de transporte, já que “durante os 75
anos da concessão da barragem, e também de parte das águas do rio Tua,
não há garantias sobre o transporte público das populações”.
Para Rita Calvário, este é mais um capítulo da política ferroviária
deste governo, que só rivaliza com “o período cavaquista em que se
encerraram mais de 800 km de linhas, que assenta em acabar com as linhas
regionais e do interior do país, ditando o maior isolamento destas
populações e a desertificação humana destes territórios”.
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