No passado
dia 27 de Junho de 2011 assisti mais uma vez aos trabalhos da
Assembleia Municipal de Vila Real. Faço agora uma avaliação
qualitativa, de mim para vocês. Existe um desvio colossal
democrático, e veleidades que permitimos que aconteçam com
passividade na AM.
Já me tinha
apercebido anteriormente que a Camara Municipal é altamente
ineficiente no que diz respeito a outros assuntos, nomeadamente de
engenharia: que dizer das lâmpadas do salão nobre, é inevitável a
sua substituição, mas o campo de visão dos nossos autarcas é
muito periférico. O que os munícipes pagam sem avaliarem será
sempre um cheque em branco. Mas chegar ao ponto dos membros da Mesa
da Assembleia e de Deputados do Centrão da AM serem ineficientes,
nas suas intervenções políticas é o cúmulo!
Digo
ineficientes porque a intervenção reiterada de alguns elementos
deste órgão em nada contribuíram (positiva ou negativamente) para
o debate de ideias e para a formação de opiniões contra ou a favor
dos pontos em aprovação na ordem de trabalhos para esta assembleia.
Recordo-me
que, o presidente da mesa da AM fez pelo menos três intervenções
onde revelou detalhes da sua vida particular que em nada contribuiu
para as decisões tomadas pelos deputados presentes na referida
Assembleia, nem trouxe nada de útil ao debate político,
contribuindo apenas para a morosidade dos trabalhos da mesma.
Houve ainda
deputados que apesar de não terem opinião formada sobre os assuntos
em debate, usaram da palavra para dizer exactamente isso: Que não
tinham opinião formada sobre o assunto. Ora, se fossem obrigados a
usar da palavra, eu ainda compreendia este tipo de intervenções,
mas quando estas são voluntárias... Fico sem palavras... A política
necessita de voltar a ser politizada, para encontramos vias
alternativas para resolver problemas antigos.
Para além
destas situações, gostaria também de notar que Pedro Passos
Coelho, PM, fez com que cerca de 100 pessoas perdessem uma hora das
suas vidas, à espera de uma entrada majestosa que teve a pomposa
circunstância do atraso. Se contabilizarmos que cada um dos
funcionários e deputados custam em média 5 euros por hora, chegamos
à conclusão que este cidadão provocou um desperdício de pelo
menos 500€. Já para não falar do custo de uma viagem de ida e
volta de avião de Lisboa para Vila Real, as escoltas policiais e
outras forças de segurança que têm de estar “a postos” e mais
sabe-se lá o quê. São trivialidades destas de colocam o país a
viver acimas das suas possibilidades; foi uma despedida de Passos
Coelho, exorbitante, à grande e à portuguesa. Posteriormente
durante as comemorações do aniversário da cidade, o PM Pedro
Passos Coelho foi louvado com a medalha de ouro da cidade, presente
pelos serviços que prestou na AM? Singularidades e simpatias do
executivo PSD, que se esquece do voto a favor da introdução de
portagens na SCUT A24, que Passos Coelho abençoou. O PS
abespinhou-se com o regulamento, por permitir veleidades honoríficas,
mas não teve coragem de aprofundar a questão. Atiraram-se ao
nevoeiro, assim, não será em 2013 que ganham a autarquia.
E apesar do
atraso de cerca de uma hora de Pedro Passos Coelho, que contribuiu
ainda mais para a morosidade dos trabalhos da Assembleia, foi
recebido com aplausos e palavras de conforto. É assim que se premeia
o contributo do Pedro Passos Coelho para a diminuição da
produtividade e eficiência em Portugal? E assim os mitos
cristalizados do neoliberalismo, se transformam em desmitos.
Tudo isto
para ir à Assembleia Municipal cumprir um “protocolo” que
poderia muito bem ter sido evitado dado que existe outra forma de
cumprir esta formalidade: por carta, por um terceira pessoa, ou até
pelas novas tecnologias.
Por isso
queria pedir a todos, que se concentrassem nos assuntos em debate e
que contribuíssem para a rectidão e razão dos trabalhos da
Assembleia Municipal.
Se querem
que Portugal seja mais produtivo essa produtividade começa aqui e
agora!?
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