Findado mais um período de suspensão
das obras do Túnel do Marão, continua a verificar-se a incógnita:
é para continuar ou não?
O dito túnel, aparenta cada vez mais
ser um poço sem fundo, dado que do actual Governo nenhuma solução
foi apresentada quanto mais cuspida.
Quando foi interrogado aquando do fim
da interrupção anterior (Setembro de 2011) pelo grupo parlamentar
do partido a que pertence, o Executivo respondeu simplesmente que as
obras se encontravam paradas por falta de fundos provenientes da
Comissão Europeia. Ora esta afirmou aquando do fim da suspensão
mais recente que até então (25 de Novembro de 2011) não havia
recebido nenhum pedido de negociação de fundos comunitários para a
referida obra*.
Ora tendo em
conta que após os 60 dias de segunda interrupção consecutiva, a
terceira desde o início da obra, nem sequer se verificou pedido de
negociação com a Comissão Europeia, fica assim demonstrada a falta
de compromisso, integridade e respeito para com os habitantes
transmontanos e acima de tudo pelos cerca de 1400 trabalhadores da
obra, muitos deles das aldeias circundantes, da parte do Governo de
coligação PPD/PSD-CDS/PP.
Os trabalhadores encontram-se numa
situação de vida instável e centenas já optaram por sair do país
dado que a situação era absolutamente insustentável*,
afinal de contas que salários podem estes ter quando a fonte de
rendimento está seca?
Mas talvez a verdadeira e trágica
ironia da situação é que o mesmo Governo que prega religiosamente
o aumento da produtividade, é pouco produtivo a resolver esta
situação, deixando esta arrastar-se e assim eliminando toda e
qualquer produtividade possível proveniente da obra.
Adicionalmente, resta saber se um Túnel
cuja abóbada nem sequer foi finalizada, após 150 dias de abandono,
possui uma estrutura estável com todo o peso da montanha sobre este.
Lamentavelmente, pode ser assim perdido todo o investimento realizado
até hoje se o Túnel desabar, o que pode acontecer de um momento
para o outro. E então outra ironia deste Governo será exposta:
afinal para quem quer poupar, esbanjar investimento já realizado é
aceitável.
A ironia rapidamente revela os
hipócritas, alguns que se dizem filhos da Terra, do Reino
Maravilhoso de Torga, mas que no final do dia querem apagar a Luz do
Amanhecer em tudo o que é Transmontano.
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