Em visita ao concelho de Carrazeda de Ansiães, Francisco Louçã afirmou
que é possível um recuo na construção da barragem do Tua, como
aconteceu em Foz Côa, se as populações não se acomodarem. A
concretizar-se a construção da infra-estrutura, desaparecerá uma
paisagem classificada como património mundial da humanidade pela
Unesco. "A barragem de Foz Côa era irreversível e não se fez" afirmou Louçã,
depois de fazer um passeio de barco pelo rio Tua, numa paisagem que
será completamente alterada com a construção da barragem prevista para
a foz do rio.
"A barragem de Foz Côa era irreversível e não se fez" afirmou Louçã,
depois de fazer um passeio de barco pelo rio Tua, numa paisagem que
será completamente alterada com a construção da barragem prevista para
a foz do rio.
A construção da barragem vai igualmente submergir uma parte
significativa da linha ferroviária do Tua, que se encontra encerrada na
sequência do último acidente ocorrido há oito meses. "Não há grandes
dúvidas, o fecho da linha já é uma estratégia para a promoção da
barragem e ela alterará por completo a paisagem porque destruirá uma
parte destes terrenos e sobretudo perde-se aquilo que é único",
observou Louçã, junto às termas de São Lourenço, Carrazeda de Ansiães,
um complexo desactivado que será também afectado pela barragem.
O dirigente do Bloco de Esquerda sublinhou que Portugal precisa que se
façam barragens para diminuir a dependência energética, mas considera a
do Tua "errada". "Acho que a decisão do poder político é intransigente
e teimosa nessa sentido, mas eu já aprendi que quando a opinião
pública, quando a maioria das pessoas falam e se exprimem, não ficam
caladas, é possível fazer recuar",concluiu.
A secretária de Estado dos Transportes, Ana Paulo Vitorino, já fez
saber que o futuro da linha do Tua está dependente da decisão acerca da
construção da barragem, sendo que a construção da mesma está dependente
da Declaração de Impacte Ambiental, que deverá ser emitida nos próximos
dias
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