O PSD virou Vila Real do
avesso o panorama socioeconómico desde os finais dos anos 80 do século XX.
Virou o avesso, e aconteceu algo que nos compromete a todos: atavismo,
desordenamento, desemprego e precariedade, e o abandono gradual do bem-estar
colectivo. Voltamos, com uma revoada para níveis de desenvolvimento anteriores
ao 25 de Abril. O que ao princípio parecia um projeto tornou-se num fracasso.
Vejamos o que aconteceu na zona industrial de Constantim.
Na zona industrial de Constantim o PSD deixou um legado de mega empreendimentos durante os seus mandatos que beneficiaram a especulação, a banca e a construção.
O declínio da zona industrial de Constantim deveu-se à insustentabilidade própria de áreas de negócio ligadas principalmente ao consumismo, que tomando um último fôlego se sofisticou em modernos centros comerciais e hipermercados, em vez de se dar primazia à produção local de bens e serviços, e assim atrofiou-se rapidamente a economia.
Apesar das contingências próprias e históricas da zona industrial de Constantim, inserida num município atrasado do interior, a Câmara Municipal de Vila Real sob a alçada do PSD reiterou sempre o alargamento e a dispersão de parques industriais e de serviços, sem olhar para a gestão do território, com uma política a la carte ou à medida do freguês.
O candidato à presidência, António Carvalho copia os piores erros de Manuel Martins, logo é um candidato de continuidade. Como pretende justificar o seu novo ciclo e nova energia? Não disse uma palavra sobre a zona industrial de Constantim, que aliás pertence à freguesia onde é presidente de Junta.
E que projectos tem o PSD que se esqueceu da obra feita na zona industrial de Constantim?
É importante não esquecer o que se pretende fazer naquele espaço degradado nos próximos 4 anos! O PSD propõe a sua duplicação.
O BE propõe duas soluções: a gestão cooperativa da zona industrial ou a municipalização dos terrenos da zona industrial e futuras extensões. Apesar de não existir uma situação financeira favorável, no erário público e camarário, é a melhor solução a longo prazo, uma vez que a economia tem ciclos depressivos e assim evitaríamos em Vila Real o cenário de centenas de parques industriais deste país, que se encontram abandonados, depois de elevados custos de infra-estruturação em que os terrenos foram vendidos a preços simbólicos para a instalação de empresas.
Em suma, espero que tenham uma agradável visita pela zona industrial de Constantim; este espaço esteve presente em várias fases do nosso atribulado desenvolvimento: a estruturação do território (obras públicas); pequena indústria (de curta duração e hoje periclitante); consumo privado (compra de automóveis; construção e aquisição de bens imóveis); e grande distribuição para comércio a retalho.
Ponderem: quem criou o problema gerado pelo abandono da zona industrial de Constantim não pensa em redimir-se reabilitando-a, vai tentar com muita teimosia até “industrializar” novas áreas do município de Vila Real e conseguir atingir os seus objectivos de ter muitas empresas instaladas neste território encravado. Não precisamos de muitas empresas, necessitamos de empresas, sejam elas privadas, cooperativas ou públicas de qualidade.
Que comece a visita!
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