A candidatura pretende acabar com as barreiras para as pessoas com deficiência em Vila Real e conta com 80% de candidatos independentes. Catarina Peniche é a candidata à Assembleia Municipal.
Sob o lema “Cidadania sem barreiras”, sejam elas “físicas, psicológicas ou até de preconceito em relação à deficiência”, o candidato do Bloco à Câmara, tetraplégico devido a um acidente de mergulho em 1991, quer ver a cidade onde nasceu e vive dotada de acessibilidades para todos e todas.
“Eu posso testemunhar que ainda é uma cidade muito difícil, em um quarto de século pouco mudou nesta matéria”, afirmou Mário Gonçalves, que vive pessoalmente a falta de acessibilidade aos edifícios públicos como o tribunal ou registo civil.
Psicólogo de formação, Mário Gonçalves referiu que se identificou com o Bloco de Esquerda porque o partido “pegou na bandeira das acessibilidades”. Deu o exemplo da sede do Bloco de Esquerda em Vila Real, que é acessível a todos e todas, mostrando que o projeto eleitoral que quer liderar pretende “abertura total à sociedade civil”.
Outros dos principais eixos da candidatura do Bloco à autarquia de Vila Real são a criação de um plano municipal de inclusão, um melhor urbanismo para a cidade, a ampliação do Parque Corgo, zona verde da cidade, um plano de requalificação da Avenida Carvalho Araújo, o reforço do orçamento para a cultura e valorização do património e a criação de um museu dedicado às corridas automóveis na antiga panificadora projetada por Nadir Afonso e que está, atualmente, ao abandono.
Mário Gonçalves disse ainda que a candidatura do Bloco de Esquerda em Vila Real foi “alicerçada na sociedade civil e com o contributo efetivo de cidadãos e cidadãs independentes”, que são cerca de 80% da lista apresentada pelo Bloco.
A candidatura à autarquia de Vila Real conta ainda com a ativista feminista Catarina Peniche, candidata à Assembleia Municipal. Catarina Peniche esteve na organização da primeira marcha das mulheres e pelos direitos LGBT, no concelho.
Catarina Martins: “é possível fazer diferente”
Catarina Martins esteve em Vila Real e aproveitou o momento para notar que a candidatura do Bloco em Vila Real mostra que “é possível fazer diferente nas autarquias”. Salientou que no interior do país “existe um atraso real, mas mais do que isso temos a certeza absoluta de que as politicas que têm vindo a ser seguidas são politicas que têm um nome: interioricídio”.
Para Catarina Martins, a desertificação tem de ser travada, apostando nos serviços públicos de qualidade e mais exigência politica, pois “é nas autarquias, é na freguesia, é no concelho, que temos capacidade para coletivamente efectivarmos os direitos das pessoas”.
A coordenadora do Bloco destacou ainda que “para o Bloco de Esquerda, as eleições autárquicas não são um pormenor, nem coisa de somenos. Não estamos aqui para marcar calendário mas sim porque achamos que é muito importante fazer diferente no poder autárquico”.
Por fim, Catarina Martins salientou que a candidatura e programa do Bloco em Vila Real trazem um “novo olhar sobre o nosso território”, que não passa pelo “betão ou negócio”. E pediu mais força eleitoral para o partido, para que se ”possa defender a capacidade produtiva do país, o emprego, condições dignas de vida para todos e para todas”.
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