O Processo de Bolonha significou um
aumento dos encargos das famílias com a educação, ao criar dois
ciclos, sendo que o primeiro é garantido em parte pelo Estado,
apesar das propinas altas, e o 2º, o chamado "mestrado", é
garantido totalmente pelas famílias, com propinas que chegam aos
5.000 euros ao ano, denunciou Marisa Matias, numa conversa de café
em Murça, que reuniu na noite de quarta-feira 50 pessoas.
Além de Marisa, segunda candidata da
lista do Bloco de Esquerda às europeias, estiveram presentes Miguel
Portas, cabeça de lista, e a candidata Ariana Meireles, de Vila
Real. A conversa pretendia girar em torno dos problemas da chamada
"geração rasca", ou "à rasca", e por isso na introdução
Marisa Matias falou sobre o Processo de Bolonha, mas também do
desemprego que atinge os jovens e do que significam as reformas da
Segurança Social para o futuro de quem entra agora no mercado de
trabalho.
Mas o vivo debate que se seguiu abordou
outros temas, como a agricultura, os projectos para o futuro de
Portugal, a multiplicação das licenciaturas oferecidas pelas
universidades, o Tratado de Lisboa.
Ariana Meireles referiu o clima de
intimidação que ainda se vive em Vila Real, onde a política do
Bloco desperta cada vez mais interesse, mas as pessoas têm medo de
dar a cara. "Que democracia é esta?", questionou.
Na tarde do mesmo dia, cerca de 70
estudantes foram às instalações do Instituto Politécnico de
Bragança, em Mirandela, para discutir com Miguel Portas a Europa,
Portugal e a crise.
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