No sentido literal, conservar um recurso - atmosfera, águas
interiores, superficiais ou mediterrânicas, estuários, mar territorial, solo,
subsolo, elementos da biosfera, fauna e flora - implica uma administração do
uso humano da natureza.
Esta administração deve compreender a preservação (conjunto
de métodos, procedimentos e politicas que visam a protecção a longo prazo das
espécies, habitats e ecossistemas); a manutenção, a utilização sustentável
(exploração do ambiente de maneira a garantir a continuidade dos recursos
ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e
os demais atributos ecológicos de forma socialmente justa e economicamente
viável); a restauração (restituição de um ecossistema ou de uma população
silvestre degradada ou mais próximo possível da sua condição original); e a
recuperação do ambiente natural (restituição de um ecossistema ou de uma
população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser
diferente da sua condição original), para que possa produzir o maior benefício,
em bases sustentáveis, às actuais gerações, mantendo seu potencial de
satisfazer as necessidades e aspirações das gerações futuras, e garantindo a
sobrevivência dos seres vivos em geral.
O Valor do recurso irá depender da linha de
visão da pessoa que lhe atribui o valor.
Um preservacionista irá atribuir um maior valor ao recurso
natural “intocado”, segundo a linha ideológica de John Muir, onde o recurso é
protegido e valorizado independentemente do interesse humano. O recurso natural
ganha ainda um valor superior se analisado pela tendência conhecida como
“ecologia profunda”.
De uma perspectiva conservacionista, o valor do recurso já
assenta no pressuposto “salvar para”, logo apesar de o recurso natural ter um
valor superior ao recurso semi-natural é também contabilizado sendo o
introduzido não aceitado.
Se observarmos no entanto numa linha evolucionista económica o valor do recurso
será superior para aquele que trouxer um melhor desenvolvimento económico e
social. Logo o valor irá sempre depender do indivíduo que o classifica e da sua
linha ideológica.
Colocando-me de parte de todas as linhas ideológicas que envolvem o conceito de
conservar ou preservar, a base de todas elas acarretam a culpa do uso indiscriminado
dos recursos pelo ser humano. A humanidade sente-se agora culpada pelo uso
abusivo dos recursos que o planeta terra nos forneceu e pela situação actual do
planeta.
No entanto a necessidade de conservar “carrega as costas” a necessidade que
aumentar a longevidade dos recursos para exploração pelo ser humano durante
mais um séculos, i.e., a humanidade consome a uma velocidade superior à de
renovação do recurso, isto leva a que tenhamos de ter especial atenção a
intensidade de exploração e dar tempo para que o recurso se renove. Conservar
não é mais do que uma estratégia capitalista e característica do
antropocentrismo (concepção que a humanidade é o foco da existência).
Ignorando a existência dos defensores do biocentrismo,
conservar é então a necessidade humana de não esgotar o recurso de forma, a que
este possa ser mantido e explorado por mais tempo.