“Juntar forças contra a impunidade dos poderosos” |
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21-Jul-2009 |
Em mais um comício de rua muito participado - desta vez em Vila Real -
Francisco Louçã sublinhou a importância de "juntar forças" contra a
"alta finança que explora o país para seu benefício próprio". E frisou
que para proteger quem menos tem é preciso ir buscar os recursos onde
eles estão e rejeitar "negócios ruinosos" para o Estado - como o do
Terminal de Alcântara - que só beneficiam os poderosos e os amigos do
governo. O Bloco lançou também a sua primeira candidatura à autarquia
de Vila Real. Vê as fotos de Vila Real.
Candidatura à Câmara de Vila Real
Carlos Gomes e Filipe Rolão são os cabeças de lista do Bloco à Câmara e
Assembleia Municipal, respectivamente. A primeira intervenção no
comício de Vila Real pertenceu a Cristina Mendes - professora e número
dois na lista para a Câmara - que criticou o facto de a cidade estar
"refém dos construtores civis".
Cristina Mendes denunciou também a construção de um troço de
auto-estrada em plena Rede Natura. E elegeu como prioridade do Bloco na
cidade a qualificação dos serviços públicos e a revitalização urbana.
"É preciso gente nova em vez dos políticos profissionais de barriga cheia", concluiu a candidata do Bloco.
Alda Macedo é cabeça de lista pelo distrito
Alda Macedo, cabeça de lista do Bloco às eleições legislativas pelo
círculo de Vila Real, destacou o combate à pobreza como grande
prioridade do Bloco e acusou o governo de "favorecer negócios privados
que enriquecem uns poucos em lugar de garantir dignidade para todos". E
exemplificou o drama da pobreza com uma povoação do distrito - Campanhó
(Mondim de Basto) - em que uma recente reportagem televisiva revelou que
o rendimento médio naquela pequena aldeia serrana é de 200 euros por
mês.
A deputada do Bloco denunciou também o "monopólio das grandes cadeias
de distribuição" que "empobrece os pequenos produtores agrícolas". "A
lógica do mercado espezinha os mais pobres" reforçou Alda Macedo, que
teve ainda tempo para frisar um compromisso fundamental do Bloco de
Esquerda: "combater as políticas liberais de privatização da água".
Louçã denuncia "negócio das arábias"
O encerramento do comício - que juntou duas centenas de pessoas no
centro de Vila Real - coube a Francisco Louçã, que começou por se
referir ao problema do desemprego. "O anterior governo de direita
começou com 200 mil desempregados e terminou nos 412 mil. Sócrates
ainda conseguiu subir este número para mais de 500 mil desempregados. E
os últimos dados do Banco de Portugal mostram que até 2010 podemos
chegar aos 700 mil desempregados", sublinhou Louçã, acrescentando que é
urgente uma política pelo emprego para garantir justiça na economia.
O negócio dos contentores de Alcântara- entregue à Liscont sem concurso
público por mais 27 anos - voltou a merecer duras críticas. "O governo
entregou de mão beijada um negócio ao seu amigo Jorge Coelho, um
verdadeiro negócio das Aŕabias, ruinoso para o Estado. O Bloco de
Esquerda insistiu oito meses para que o governo desse ao parlamento
todas as informações sobre o contrato. Finalmente veio o contrato, mas,
pasme-se, com uma folha em branco, precisamente aquela que contém os
cálculos de quanto vai pagar o governo se a empresa não tiver a
rentabilidade que prevê ter", acusou Louçã, lembrando que "quem paga é
o Zé Povinho" e que "a Câmara Municipal de Lisboa também tem
responsabilidades nesta matéria".
Depois de avançar com algumas propostas do Bloco - como o imposto sobre
as grandes fortunas e a convergência das pensões mais baixas com o
salário mínimo nacional - Louçã criticou ainda as recentes declarações
do presidente da Associação Portuguesa de Bancos, que veio dizer que
"qualquer que seja o sistema - mesmo com um polícia em cada esquina -
se as fraudes financeiras forem bem organizadas, é impossível
detectá-las". Louçã ripostou: "Assim como não aceitamos os negócios
ruinosos para o Estado, também não aceitamos a impunidade dos que
cometem crimes financeiros". "É preciso juntar forças contra a
desigualdade e o privilégio da fortuna!", concluiu o coordenador da
comissão política do Bloco.
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