No decurso do debate
organizado pela Rádio Universidade no passado dia 13, o candidato do PS,
Pedro Silva Pereira foi confrontado pela candidata do BE, Alda Macedo, com a necessidade
de um maior rigor na aplicação dos recursos disponíveis para o
investimento. A explicação dada por Silva Pereira não é
verdadeira, é contrariada pelo Relatório do Banco de Portugal.
Quando os recursos são
escassos, maior é a urgência de serem aplicados de forma
criteriosa. O Bloco de Esquerda não aceita que as concessões
rodoviárias para a construção da Auto-estrada do Douro Interior e
da Auto-estrada Trasmontana terem conhecido desvios muito
significativos desde a fase inicial e a fase final do concurso. No
caso da Auto-estrada Trasmontana houve um agravamento de custos de
69,6 milhões de euros, a favos do consórcio liderado pela Soares da
Costa. No caso da Auto-estrada do Douro Interior houve um agravamento
de custos no montante de 43,9 milhões de euros. No conjunto somam
mais de cem milhões de euros que seriam suficientes para outros
investimentos, nomeadamente na área da rede ferroviária.
Na altura do debate o
candidato Silva Pereira pretendeu explicar este desvio com o
agravamento do “spread” aplicado pela banca nas operações de
crédito. Isto não corresponde à verdade.
O relatório do Banco de
Portugal demonstra que a evolução das taxas de juro médias tem
vindo a baixar, não a aumentar. Além disso, o “spread” aplicado
pela banca onera os pequenos empresários, não os grandes
consórcios.
O Bloco de Esquerda
sustenta que há aqui um problema de falta de rigor que prejudica o
desenvolvimento regional.
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