Trabalhos por fazer no parque termal de Pedras Salgadas levaram povo à rua contra a Unicer
24-Set-2010

termas_pedrassalgadas.jpgA população de Pedras Salgadas, em Vila Pouca de Aguiar, saiu à rua, ontem, em protesto contra a Unicer. Contestam as obras já feitas no parque termal e, sobretudo, as que faltam fazer. A empresa diz "estar a fazer tudo para concluir a obra". População exige prazos.

E o que falta fazer, afinal? O "essencial", diz Rui Sousa: o hotel principal que deveria ter assinatura de Siza Viera, a recuperação da Casa de Chá, o Parque Temático da Água, o Museu do Carro… No momento em que entregou a petição ao director da fábrica da Unicer (Água das Pedras) o autarca repetiu os argumentos, acrescentando que os postos de trabalho prometidos também não foram criados.

A manifestação partiu do centro da vila. Parecia uma procissão. A comparação é de Armindo, o funcionário da Junta que trata do cemitério. "Devagar, mais um bocadinho para frente, andai vós… é como numa procissão!", comandava, a saltitar de um lado para o outro. "Quem tiver lenços abane, abane!!!", continuava. Junto ao Parque Termal, um homem grita: "Olha o tanque que devia ser uma piscina!". "Isso, isso! Essa boa!!", incentiva outra manifestante.

À chegada ao portão da fábrica da Unicer, onde a água das pedras é engarrafada, os comentários subiram de tom. "Fora daqui! Gatunos!!!", gritava-se entre assobios. O presidente da Junta de Bornes de Aguiar, Rui Santos, desdobrava-se em declarações. "Pretendemos tornar público a nossa revolta", explicava, segurando uma petição com 1500 assinaturas. O documento "exige a conclusão na íntegra" do projecto da Unicer para o Parque Termal de Pedras Salgadas, que já foi o maior pólo turístico da localidade.

Num documento, distribuído à imprensa, a Unicer revelou que já foram investidos no parque 8,5 milhões e justificou o atraso das obras com "o contexto macroeconómico altamente desfavorável" e "com o facto dos apoios do Estado (através do QREN) terem sido substancialmente inferiores aos acordados".

Entregue a petição, Rui Sousa regressou para junto do povo, subiu a um muro e gritou: "Agora está nas mãos da Unicer. Vamos aguardar até ao dia 4. Obrigada a todos!", disse, referindo-se a um compromisso onde a empresa avance com "prazos" para concluir as obras.

Fone: JN