Medicamentos: redução de 6% ainda inexistente
12-Nov-2010

Descida de 6% dos preços dos remédios ainda não se concretizou, porque as farmácias podem vender os stocks com preço antigo até 14 de Dezembro. Mas a redução das comparticipações não esperou.

A redução de 6% no preço dos medicamentos na prática ainda não entrou em vigor, porque uma portaria do governo permite que as farmácias vendam com o preço antigo os fármacos em stock até o dia 14 de Dezembro. Uma reportagem da Antena 1 constatou que nas farmácias são mais os medicamentos sem desconto do que os com o preço reduzido.

Acontece que a redução das comparticipações do Estado aos medicamentos entrou em vigor em 15 de Outubro, sem qualquer atraso – o que significou um aumento generalizado dos preços dos medicamentos.

Agora, a ministra da Saúde, Ana Jorge, acusa as farmácias de terem provocado uma “corrida ao medicamento” em Setembro, o que terá levado ao aumento de 12,6% da despesa com medicamentos registada naquele mês. "Houve uma corrida às farmácias motivada pelas próprias que telefonaram para casa dos seus clientes dizendo que as comparticipações dos medicamentos iam ser alteradas", afirmou Ana Jorge.

Mas a Associação Nacional de Farmácias reagiu considerando "natural" que os utentes tenham comprado mais medicamentos em Setembro, tentando poupar dinheiro, e recordou que não são os farmacêuticos que passam receitas. "Os utentes foram bombardeados com alterações nos preços dos medicamentos e é natural que, com as mudanças, se tenham dirigido às farmácias com mais receitas, para poupar dinheiro".

Se tivessem esperado pela redução de 6%, ainda estariam à espera.