Concelhia do Bloco de Esquerda de Vila Real Presta Contas |
03-Dez-2012 | |
Realizou-se esta segunda-feira, dia 3 de Dezembro de 2012, pelas 18:00, uma conferência de imprensa do Bloco de Esquerda que visou transmitir às cidadãs e cidadãos, um resumo da atividade autárquica local em Vila Real. Esta conferência contou com as intervenções de Carlos Ermida Santos, atual deputado municipal em Vila Real, Filipe Rolão e Rui Cortes, ambos anteriores ocupantes do cargo neste mandato. De seguida segue-se o resumo do exposto.
“O Bloco de Esquerda presta contas”
O Núcleo Concelhio do BE Vila Real,
convocou esta conferência de imprensa com o intuito de prestar contas aos
munícipes de Vila Real.
Pela primeira vez, o BE Vila Real
elegeu um membro da Assembleia Municipal, com a confiança expressa em voto de
muitas e muitos vilarealenses.
Contrariando a prática de outros
partidos que têm tido assento na AM de Vila Real, e que ano após ano não
prestam contas aos respetivos eleitorados.
O Bloco de
Esquerda participou ativamente na discussão do Plano Diretor Municipal, tendo
apresentado fortes críticas ao modo como foi conduzida a Avaliação Ambiental
Estratégica e ao incremento da área urbanizável, bem como ao aumento do Parque
Industrial, aspetos que conduzirão a reflexos ambientais significativos,
sobressaindo, por exemplo, impactes marcadamente negativos no Parque Corgo.
Participou
ainda na revisão do Plano de Pormenor do Bairro dos Ferreiros, fortemente
condicionada pela pseudo-reconversão do edifício do Hotel do Parque para
hospital privado, assunto que permanece sem solução e que atravessou todo o
longo mandato autárquico do Dr. Manuel Martins, e que é um verdadeiro símbolo
visível da sua ineficácia. O BE tem pugnado neste mandato por uma verdadeira
requalificação urbana da zona histórica da cidade, tendo manifestado fortes
reservas sobre a venda dos apartamentos no Bairro da Araucária, em que as
verbas se destinariam a essa mesma requalificação, mas, tal como o BE alertou,
sem a existência dum programa próprio com esse intuito, as verbas obtidas acabam
por se destinar às despesas correntes do Município, perdendo-se uma oportunidade
de ouro para um programa de revitalização dos bairros degradados. O BE
participou ainda na revisão do regimento da AM o que permite estar representado
(bem como aos restantes partidos minoritários) em todas as comissões
especializadas, onde tem dado o seu contributo assíduo.
A juntar-se
a estas situações, surge o abandono e vandalização da Estação de Comboios de
Vila Real, que prontamente denunciámos na Assembleia Municipal. Sobre esta
situação conseguimos que a Assembleia Municipal aprovasse por maioria (não sendo por unanimidade devido à abstenção do CDS-PP) uma proposta de resolução desta situação que
passa em primeiro lugar pela promoção do edifício a património cultural de Vila
Real, de acordo com o procedimento administrativo previsto na lei; em segundo pelo
alertar à associação de cariz privado que tomou posse do edifício para a
situação de degradação do mesmo e em terceiro e último lugar, em caso da
continuada degradação do edifício, pelo estudo da expropriação e
reaproveitamento para um espaço de finalidade pública.
O abandono
de outras obras, como o Terminal Rodoviário no Complexo do Seixo e o Centro
Transfronteiriço, situações que, em conjunto com a eterna chaga do Hotel do
Parque e ainda a conivência da Câmara com mais uma urbanização na zona
envolvente do Parque Corgo, da qual resultou uma derrocada no trilho de
caminhada deste, levaram o BE Vila Real a apresentar em Setembro deste ano na
Assembleia Municipal, um dossier de registo fotográfico que demonstrou estes
casos.
Ficou assim provado pelo BE Vila Real a falta de uma política de urbanismo verdadeira e coerente da parte
do executivo camarário, tanto do PSD como do PS, de que resulta uma total
desorganização e degradação urbana em Vila Real.
Votámos
contra o novo contrato da Corgobus, por entendermos que a não realização de um
concurso público, após o verificado incumprimento do primeiro contrato, por um
período de 5+15 anos, é ilegal e prejudica outras empresas de transporte no
Concelho. A agravar a situação pretendem no novo contrato, alargar a Concessão
a áreas fora do perímetro urbano (e alargado somente para esta questão), onde outras empresas (Rodonorte, Tâmega e Alfandeguense) tinham Concessões com
a Câmara. Este contrato é ainda prejudicial aos utentes do serviço pois prevê a
utilização de material desadequado e velho, tendo havido incumprimento neste
aspeto ainda durante o contrato inicial, dado que os autocarros já têm mais
tempo de serviço que o contratado. A cedência de instalações na Zona
Industrial, sem ser paga renda e gastos materiais, e sem a Corgobus construir o
seu próprio espaço, conforme previsto no contrato é outra demonstração desse
incumprimento. Assim, aguardamos que o Tribunal de Contas chumbe a renovação
proposta e obrigue a Câmara Municipal a recorrer a um concurso público, de
forma a não criar uma situação de monopólio.
Votámos
incessantemente contra os Orçamentos da Câmara Municipal, onde se verifica cada
vez maior carga fiscal sobre os munícipes e sempre propensão para orçamentar
mais obras faraónicas, apesar de muitas não se cumprirem,
e a título de exemplo referimos a modernização do Aeródromo. Estes Orçamentos
foram-nos sempre entregues no limite em termos de tempo. Exemplo disso é o
Orçamento deste ano, que nos foi entregue na passada Sexta-Feira, dia 30 de
Novembro, ao fim do dia, e cujo prazo máximo para apresentação de propostas e
adendas é já esta Quinta-Feira, dia 6, pelas 17:30 – sete dias. Esta estratégia
destina-se a dificultar os esforços das demais forças políticas a terem uma
análise mais cuidada e a não terem margem de manobra para corrigir propostas que
considerem desnecessárias ou a contribuir com as suas.
As taxas e
impostos aprovados, em especial o IMI, a Derrama e a Taxa Municipal de Direitos
de Passagem (TMDP) verificam todos os anos aumentos, a que se juntam
taxas elevadíssimas sobre o tratamento de águas residuais e esgotos. Nesta
matéria, o PSD promete baixar esta taxa e a de IMI só para o ano, após anos de
aumento. Que coincidência, para o ano há eleições autárquicas, as primeiras
em que o PSD pode ser penalizado pela sua política. Da nossa parte, propusemos
continuamente os valores mínimos previstos na lei e a justa repartição na
cobrança dos impostos, pois não somos demagógicos ou populistas. Estas
propostas são parte do nosso programa político e não um produto de
eleitoralismo.
No caso do
IMI, em sintonia com a campanha nacional do Bloco, apresentámos uma moção
defendendo a justa repartição do valor do imóvel entre o proprietário e os
beneficiários das hipotecas sobre este. Não é justo que num imóvel, pague 90%
quem nele habite e apenas 10% o proprietário, que são maioritariamente os
bancos. Esta moção foi chumbada pelo PSD. Ainda no plano desta campanha do
Bloco, foram por nós apresentadas três propostas de recomendação sobre o IMI em prédios
devolutos e rústicos e de combate à desertificação. Neste caso o PSD e o PS propuseram
retirar as propostas à votação para serem analisados na Comissão de Urbanismo. Curiosamente
essa reunião ainda não aconteceu, apesar de já termos facultado a documentação
necessária e o requerimento para o presidente da Comissão. De lembrar que as
nossas propostas foram apresentadas na Assembleia de Setembro.
Na Derrama,
continuaremos a batermo-nos para a discriminação positiva em termos de isenção
de pagamento de quem possui negócios com um volume inferior a 150.000€ anuais,
ou seja a maioria dos munícipes com atividade económica no Concelho (e
maioritariamente de índole familiar), num total de 1286, dos quais 876
apresentaram prejuízos, 68%.
Continuaremos
a propor que a TMDP, não seja cobrada aos munícipes mas às empresas de
telecomunicações, pois a cobrança ao consumidor desvirtua a intenção da lei que
a criou, e os municípios têm dificuldades em receber estes valores, numa clara
violação dessa lei, recebendo quantias irrisórias para o Orçamento das Câmaras,
no caso de Vila Real na ordem dos 15.000€.
Batemo-nos
pela realização de Referendos Locais como por exemplo no que respeita à Reforma Administrativa
Territorial Autárquica (RATA), em primeiro com uma Moção, depois com um Projeto
de Referendo, que o PSD nem quis discutir na Assembleia, chumbando a
admissibilidade deste a votação. Esta Reforma não tem em conta a opinião dos
munícipes e vai contra os princípios da Carta Europeia da Autonomia Local, que
é um tratado que Portugal subscreveu e está vinculado, e que foi fiscalizado por
um Tribunal, ao contrário do Memorando de Entendimento com a Troika. Tentámos
apresentar novamente na Assembleia Extraordinária de Outubro subordinada ao
tema (Referendo Local), mas tal foi-nos impossibilitado. Assim, a RATA teve uma proposta da
Câmara de Vila Real que foi já aprovada pela Unidade Técnica no Parlamento para
o tema, apesar de esta Unidade reconhecer as inconsistências da proposta
camarária perante a própria Lei, nomeadamente quanto ao perímetro urbano (é curioso
que para a Corgobus alargou-se o âmbito geográfico da sua ação, para a RATA o
âmbito geográfico das freguesias urbanas foi reduzido). O resultado destas
decisões de maioria PSD na Assembleia, será inequivocamente o afastamento das
populações dos centros de serviço público e decisão e que se agravará com a
Reforma adicional prevista para os municípios.
Estas são
algumas das atividades que desenvolvemos ao longo deste mandato, que se pugna
pelo contacto com as pessoas e o encontro de soluções entre o eleitor e o
eleito. Esta política faz parte da génese do Bloco, e será sempre indispensável
para a construção de uma política de verdade e justa para todas e para todos.
Aos 3 de
Dezembro de 2012,
O Núcleo
Concelhio do Bloco de Esquerda em Vila Real |