Biocombustiveis de 1ª Geração
20-Mai-2009

irina_castro.jpgO balanço ambiental dos biocombustíveis depende entre outros, de factores como o tipo de agricultura praticada, o consumo de água e o impacte na biodiversidade quando as zonas de cultura substituem áreas de grande biodiversidade.

O principal problemas das tecnologias de 1º geração é que necessitam de importantes superfícies cultiváveis, sendo que uma parte importante das terras agrícolas vai ser utilizada para produzir biocombustíveis em vez de comida. O resultado obviamente é a subida do preço dos alimentos.

Esta subida está ligada a factores estruturais como o aumento de procura da China e da Índia (países em vias de desenvolvimento), mas também temporais e consequente especulação de mercados. Situação que aumentou a pressão exercida sobre os preços, que dificilmente voltarão aos níveis praticados em 2005.

A produção de cereais não acompanhou a crescente procura por parte dos países em vias de desenvolvimento, o preço do petróleo continua a bater recordes, o custo dos alimentos encarece, o risco de inflação na Zona Euro é acrescido e o Banco Central Europeu vê-se impedido de baixar as taxas de juro nesta conjuntura, é um fenómeno global que a ONU já chamou de tsunami silencioso.

A expansão da produção de biocombustíveis coloca em risco a soberania alimentar e pode agravar profundamente o problema da fome no mundo.

No entanto a ideia dos biocombustíveis é alimentada pela propaganda sensacionalista do “combustível verde” que diz que o biodiesel é uma ferramenta capaz de deter o aquecimento global.

Sabemos que este é um facto real mas por outro lado deve-se desmistificar o biodiesel como principal solução. Um estudo do Gabinete Belga de Assuntos Científicos mostra que o biodiesel provoca problemas de saúde e ambientais porque cria uma poluição mais pulverizada, libertando poluentes que promovem a destruição da camada de ozono, além disso cada litro de etanol produzido consome cerca de 4 litros de água, o que representa um risco de maior escassez de fontes naturais e aquíferos.

É necessário investir em alternativas sustentáveis de energia eólica, solar, das marés, etc.
Porém, discutir novas fontes de energia implica, em primeiro lugar, reflectir a serviço de quem estará esta nova matriz.

Assim apenas podemos concluir que o homem passa agora da exploração do ouro negro para a exploração do ouro verde, seja a que custo for.

Chega desta propaganda insana, que trás às nossas casas a mentira e a perversão capitalista mascarada numa fantasia de um mundo mais verde.