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Francisco Louçã em entrevista à RTP Imprimir e-mail
05-Nov-2010

O coordenador do Bloco de Esquerda considera um erro político, | uma catástrofe, o recurso ao FMI e adverte que o governo já está a aplicar, com o apoio de Passos Coelho, as receitas do Fundo Monetário.

Em entrevista à RTP, Francisco Louçã classificou de discurso hipócrita o  do ministro das Finanças que admitiu a possibilidade de Portugal ter de recorrer ao Fundo Monetário Internacional se os juros da dívida ultrapassarem os 7%. “O governo já está a aplicar, com o apoio de Passos Coelho, as receitas do FMI. O FMI não deve governar o país.”

Perguntado sobre a desconfiança dos mercados em relação à possibilidade de Portugal poder deixar de cumprir os seus compromissos, Louçã afirmou que os mercados não têm nenhuma desconfiança. “Os mercados o que querem é poder ganhar uma parte cada vez mais importante dos impostos que nós pagamos. E quanto mais forte for a recessão da economia portuguesa, mais nos vão exigir”, advertiu, afirmando que é importante saber quem são esses mercados.

“São bancos alemães, franceses, mas são também bancos portugueses, que estão a comprar a dívida portuguesa tendo recebido empréstimos do Banco Central Europeu a 1%, e estão a cobrar-nos, a nós contribuintes, quase 7%”, disse Louçã, recordando que os bancos portugueses pagam de IRC metade do que deviam pagar.

O coordenador do Bloco de Esquerda considerou um erro político, uma catástrofe, o recurso ao FMI para impor cortes adicionais de salários.

Sobre o Orçamento de Estado para 2011 aprovado esta semana na generalidade, Louçã disse que “Com o orçamento, temos recessão. E quanto pior estiver a situação da economia portuguesa mais dificuldades temos de responder às obrigações, aos compromissos e sobretudo às dificuldades das pessoas.”

Para o deputado do Bloco, “Nós só temos uma certeza: com este orçamento, a economia do próximo ano estará pior que a deste ano e os mercados financeiros apercebem-se desta fragilidade. E ao contrário do que nos garantiram o primeiro-ministro, José Sócrates, Passos Coelho e Cavaco Silva, este acordo que foi feito para este orçamento deu o sinal da debandada, do colapso económico. Ou seja, de que Portugal é um país que pode ser atacado pelos especuladores.”

Perguntado sobre que alternativas existem, Louçã defendeu um bom orçamento, que evitasse que no dia 1 de Janeiro se cortasse os salários, congelasse as pensões e aumentasse os impostos, ou seja, se caminhasse para a recessão. “Era possível um orçamento que caminhasse para a consolidação das contas públicas para uma economia que crie emprego, porque a economia serve para as pessoas, não serve para criar uma catástrofe social.”

Especificando os passos para se construir um bom orçamento, Louçã mostrou as alternativas para cortar na despesa supérflua: a empresa Ferrostal que construiu os submarinos deve ao Estado português 600 milhões de euros de contrapartidas financeiras que não cumpriu. Por isso o Estado tem toda a legitimidade de romper o contrato dos submarinos de 500 milhões de euros. “O dinheiro dos submarinos é o dinheiro que se tira aos idosos e aos mais pobres.”

Por outro lado, a PT, se fosse pública, estava a dar 2.500 milhões de euros ao Estado. Isso compensava todo o efeito do corte dos salários e parte do aumento do IVA. Mas o Estado nem sequer cobra à PT um imposto sobre as mais-valias.

Louçã defendeu ainda que se cobrassem taxas a quem ganhou com as dificuldades financeiras e não pagou imposto – isto é, a banca.

 
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