A propósito do relatório sobre o
acidente na linha do Tua e preocupados com as condições de segurança na
restante rede de via estreita, como são os casos da linha do Tâmega
(Livração-Amarante) e do Corgo (Régua-Vila Real), a deputada Helena
Pinto apresentou um requerimento na Assembleia da República, dirigido
ao Ministério das Obras Públicas, Telecomunicações e Transportes. Leia a seguir o requerimento:
Ex.mo Sr. Presidente da Assembleia da República
O inquérito ao
acidente na linha do Tua apontou como as principais causas a deficiente
manutenção da linha e a desadequação do material circulante. Estas
conclusões colocam dúvidas sobre se na restante rede de via estreita,
como é o caso da linha do Tâmega (Livração-Amarante) e do Corgo
(Régua-Vila Real), a manutenção da linha e as características do
material circulante garantem condições de segurança à circulação de
pessoas e bens.
Pelo que tem vindo a público, a Refer tem vindo
a diminuir efectivos ligados à manutenção nas linhas do interior,
trocando o pessoal fixo por contratos a empresas que fazem os trabalhos
de conservação por empreitada, daí que as brigadas de conservação e
segurança da via estejam reduzidas ao mínimo.
Caso o material
circulante não seja adequado, o Instituto da Mobilidade e Transportes
Terrestres poderá ditar a suspensão da circulação nestas linhas, sendo
que a CP não possui material circulante de substituição.
Assim,
ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais, requer-se ao
Ministério das Obras Públicas, Telecomunicações e Transportes os
seguintes esclarecimentos:
1º) Garante o Ministro que a
circulação na rede de via estreita, nomeadamente nas linhas do Tâmega e
do Corgo, está a ser realizada em condições de segurança?
2º) Quais têm sido os trabalhos de manutenção da via realizada pela Refer nestas linhas? E qual o seu custo?
3º) Que meios tem a Refer afectos à manutenção das linhas, nomeadamente brigadas de conservação?
4º)
Considera o Ministro que o recurso ao outsourcing garante qualidade nos
serviços de manutenção das linhas? E tem vantagens em termos de custos
para o mesmo nível de serviço prestado?
Palácio de São Bento, 31 de Outubro de 2008.
Deputada Helena Pinto
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