A empresa Global Sport ameaça recorrer aos tribunais
para cobrar 500 mil euros à Turismo Porto e Norte de Portugal. O
montante refere-se ao apoio prometido, e alegadamente não cumprido, ao
Circuito Automóvel de Vila Real e à Meia Maratona do Douro.
A
intenção da empresa sedeada em Vila Real está estampada numa carta
aberta enviada a todos os parceiros envolvidos na organização dos dois
eventos. Com ela, o director-geral, Paulo Costa, pretende demonstrar
toda a sua "profunda indignação face ao incumprimento de todos os
compromissos" que o presidente da Entidade Regional de Turismo Porto e
Norte de Portugal (TPNP), Melchior Moreira, "assumiu nos dois últimos
anos" com ele e a sua equipa.
Estão em causa "200 mil euros de
apoio ao Circuito Automóvel de Vila Real e 300 mil à Meia Maratona do
Douro Vinhateiro". Paulo Costa lembra que em Outubro de 2009, na sede
daquela entidade de turismo, em Viana do Castelo, apresentou a Melchior
Moreira os dossiês dos dois eventos, e que este "comprometeu-se, naquele
dia e datas posteriores, a apoiar incondicionalmente" os dois
acontecimentos. "Não teriam existido sem este compromisso da TPNP",
sublinha.
Ora, com a garantia de apoio financeiro a empresa de Vila Real
avançou com a execução dos dois eventos, que Paulo Costa considera serem
"reconhecidamente os dois maiores e mais prestigiados realizados no
Norte de Portugal em 2010". Fez-se a festa, estouraram-se os foguetes,
apanharam-se a as canas e... "Não houve qualquer financiamento por parte
da TPNP", critica.
Sem o dinheiro alegadamente prometido e
compromissos assumidos, a Paulo Costa só resta dizer que a "situação é
insustentável" e que estão "em causa" todos os projectos liderados e
programados pela Global Sport para este ano. A própria empresa também
fica "numa situação muito grave".
Apesar de várias tentativas, o
JN não conseguiu obter uma reacção de Melchior Moreira, que esteve ontem
permanentemente incontactável. No entanto, a entidade por ele dirigida
emitiu um comunicado em que "repudia as acusações apresentadas" na carta
aberta, "as quais carecem totalmente de verdade". Na mesma nota fica
claro que "a TPNP nunca assumiu, para com a Global Sport, qualquer tipo
de compromisso que não o de parceria institucional, no sentido de
facilitar contactos e oportunidades de apoios e patrocínios para os dois
eventos referidos". Como exemplo dá "o apoio financeiro dos Jogos Santa
Casa, em 2009, alcançado por intermédio da TPNP".
E comprova o
que diz ser a "falta de fundamento" das acusações de Paulo Costa, com "o
facto de não constar do Plano de Actividades da TPNP para 2010 a
indicação de qualquer tipo de compromisso financeiro com a Global Sport,
nem existir qualquer documento contratual nesse âmbito".
O caso
segue para os tribunais. "Os advogados já estão a analisar documentos e a
reunir testemunhas", adianta Paulo Costa. "Nem daqui a 10 anos isto
estará resolvido". Não obstante, está convicto que "não existirão
dúvidas sobre de que lado está a razão".
Fonte JN
|