Uma lâmpada pode passar despercebida
ao olhar mais astuto, no entanto, numa época em que se fala de
contenção orçamental redução do despesismo e falta de verbas
para tantas outras coisas, é para mim muito intrigante como é que
as pessoas que gerem o orçamento da Câmara Municipal de Vila Real
ainda não descobriram que as lâmpadas que usam no Salão Nobre da
Câmara Municipal gastam quase 4 a 6 vezes mais do que uma lâmpada
fluorescente.
No passado dia 29 de Abril
desloquei-me ao Salão Nobre da Câmara Municipal para assistir à
Assembleia Municipal e descobri que esta possui 30 lâmpadas de
filamento com uma potência entre 40 a 60W, perfazendo um total de
1200-1800W por hora. Isto significa, que em cada Assembleia
Municipal, que dura em média 4 horas, é gasto um total de
4800-7200W. Ao preço da Tarifa de Iluminação Pública da EDP de
0.1027Eur/kWh, isso significa um custo total de cerca de 50-74
centimos por cada sessão da Assembleia Municipal.
Bom, 50-74 centimos por sessão parece
pouco, mas se pensarmos que podiamos estar a gastar apenas 20-25%
deste valor, obtendo uma redução efectiva de custos na ordem dos
75%, então a utilização de lâmpadas fluorescentes faz todo o
sentido.
A um preço de cerca de 5euros por
lâmpada, 150euros é um investimento que se paga por si próprio ao
fim de 1200horas (50 dias ininterruptos) de utilização do Salão
Nobre da Câmara Municipal. Acredito que ao fim de 1 ano a Câmara
Municipal iria reaver o seu investimento e conseguir poupar dinheiro
para continuar o seu investimento em lâmpadas económicas.
E é esta filosofia de investimentos
sustentáveis que me preocupa porque sinto que não existe em
Portugal. Não é preciso pensar muito nem re-inventar a roda para
nos apercebermos que há espaço para reduzir custos e poupar nas
contas públicas de Portugal.
Este exemplo pode parecer uma gota no
oceano, mas multiplicado por muitas outras Câmaras Municipais em
todo o país acaba por ser um valor significativo que podia muito bem
estar a ser canalisado para outras coisas no nosso país.
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