Hoje à tarde o Bloco de Esquerda desenvolveu uma acção de rua em Vila Real que visava sensibilizar as pessoas perante a iminência da introdução de portagens nas SCUTs pela troika nacional (PS+PSD+CDS). Aos transeuntes era entregue um talão de portagem para poderem atravessar a rua direita, o qual era trocado à saída por um recibo, que nada mais era que um panfleto do BE reflectindo sobre esta questão e que pode ser lido mais em baixo.
Acreditamos que não há pleno desenvolvimento sem plenos acessos.
Quando
as SCUT passarem a ter portagem real em vez de virtual, o PSD e o CDS
vão dizer que alcançaram uma das mais importantes vitórias ideológicas
dos últimos anos. Invocar o princípio do utilizador-pagador para acabar
com as SCUT é uma forma de corrupção deste princípio jurídico-ambiental.
Não
faz sentido que o princípio que foi elaborado para a utilização de
recursos ambientais, seja invocado para justificar o fim das SCUT.
Aceitar
a utilização do princípio do utilizador-pagador fora da área ambiental
para a qual foi criado, é abrir caminho, do ponto de vista ideológico,
para que toda a prestação pública, todos os serviços públicos, da saúde à
educação, fiquem sujeitos ao pagamento pelos seus “utilizadores”.
Somos
contra as portagens da A4 e a sua introdução na A24. Esta é uma medida
do Governo que não permite uma alternativa rodoviária para o interior e
remete a população do distrito para uma situação de maior isolamento.
O
pagamento nas SCUT afecta de forma negativa o transporte de
mercadorias e as deslocações para o local de trabalho dos e das
trabalhadoras deslocadas da sua área de residência.
Num
distrito como o de Vila Real, onde a média salarial é 33% abaixo da
média da região norte, o pagamento do seu principal eixo de comunicação é
absolutamente prejudicial para as pessoas.
É preciso
recuperar as vias complementares (dependentes dos municípios) que
apresentam um elevado estado de degradação e têm vindo a ser
progressivamente desprezadas.