A escolha de 5 de Junho, é tão
simples como um referendo. Não o soubemos pela voz dos que disputam
a paternidade do acordo da troika. Foi um artigo publicado pelo Wall
Street Journal, ensombrando, umas eleições fitícias, pois sabemos
a priori o programa que vamos escolher. E vamos escolher uma
fatalidade que escancara as feridas da crise, sem milagres
económicos? O programa da troika, não é uma mera linha de
orientação versátil, é uma imposição cínica. Até a imprensa
económica de direita como o The Economist, afirma que o acordo com a
troika é suicida. Logo, não nos ausentamos das negociações por
arrogância.
Quanto às propostas para o distrito,
temos 13 compromissos. A luta contra a precariedade é uma bandeira
fundamental da Justiça na Economia. A crise não pode servir de
pretexto para um constante ataque aos direitos dos trabalhadores.
Justiça para quem trabalha, pleno emprego, salário justo, equidade
e desenvolvimento sustentado; combateremos a precariedade e falsos
recibos verdes. Continuaremos a lutar contra as políticas que
arrastam as pessoas para o desemprego e que no desemprego as querem
desamparadas. Mais serviços públicos contra o interioricídio, os
serviços públicos são um direito social, não um negócio de
alguns. No combate à desertificação só uma política que assente
nos serviços públicos será instrumento de desenvolvimento pleno.
Continuaremos a defender o Ensino Público e Gratuito, e garantir uma
Acção Social inclusiva dos estudantes pobres. Saúde; não tem
preço, na saúde, é preciso universalizar o acesso e aumentar a
eficácia dos cuidados de saúde primários. Acreditamos que não há
desenvolvimento sem acessibilidades, somos a favor da criação de
uma rede ferroviária moderna que interligue o interior e ao resto do
país: o encerramento ou privatização da ferrovia é um factor de
empobrecimento. Assim, pugnamos pelo reinício eficaz e seguro da
linha do Corgo. Somos contra as portagens da A4 e a sua introdução
na A24. A política de habitação do distrito necessita de mudar, a
desertificação do centro histórico é a consequência duma
política assente na expansão do betão em detrimento da
requalificação urbana, muito prioritária. A Regionalização é um
factor indispensável para o reforço da democracia e para o combate
às assimetrias económicas do País. Incrementa a democracia direta.
É um importante instrumento do poder político na organização dos
serviços públicos essenciais para responder às desigualdades. Que
futuro para a agricultura? Iremos continuar a debater-nos pela
criação do Banco de Terras Público, pelo valor acrescentado dos
produtos regionais, sua certificação e promoção internacional. É
importante reverter o abandono das terras e o êxodo, possibilitando
deste modo baixar a dependência alimentar externa dando ao interior
uma economia produtiva, invertendo a economia de consumo. Resolver os
problemas da Casa do Douro de forma a revitalizá-la. Urge uma
Política Ambiental sensível aos valores ecológicos, e a ponderação
dos custos benefício da exploração dos recursos naturais. Deve-se
beneficiar políticas que incentivem uma boa gestão e boas práticas
de protecção ambiental. A exploração dos recursos deve responder
às necessidades humanas fundamentais e respeitar os ciclos
ecológicos. Lutamos pelos direitos humanos, contra o cinismo do
centro, da direita, o populismo e a xenofobia; por um país para
todos. O Bloco de Esquerda aposta na informação e na defesa dos
direitos fundamentais (dos desempregados, mulheres, imigrantes,
consumidores, aos direitos sexuais e reprodutivos), na luta contra a
violência doméstica, pela integração de mulheres desempregadas e
de meios sociais desfavorecidos, e pelo combate à solidão dos
idosos e das pessoas portadoras de deficiência. O Bloco de Esquerda
continuará a desenvolver políticas de igualdade para uma política
cultural assente nos princípios democráticos de modo a formar novos
públicos culturais. O turismo valoriza o território, mas está
dependente dos ciclos económicos. O Bloco de Esquerda defende um
turismo sustentável e contraria o modelo de turismo das grandes
hoteleiras que transferem mais-valias para o litoral. Defendemos a
conservação do património natural e humanizado aliado ao
desenvolvimento em sinergia com a agricultura e o comércio.
Não existem lógicas de mal menores.
Dois anos de recessão, crescimento nulo, 800 mil desempregados.
Silêncio sobre a precariedade à direita; ostentação no PS, que
quer legitar a precariedade com direito a subsídio de desemprego,
exigência à FMI. Hoje a sociedade portuguesa está desigual e
indiferente. A quebra dos valores de Abril, são a causa. O PSD quer
impor o dia da jorna e os contratos orais. Para o neoliberalismo:
liberdade é precariedade; endividamento é orgulho; austeridade é
alegria. Parece que adoptei a alegoria diabólica de George Orwell no
livro 1984. É somente o guião do centrão. Custeado pelo FMI, e
tendo como censor os donos de Portugal. PS, PSD e CDS-PP, competem
pelo voto que nada vai alterar. Não somos contra o pagamento da
dívida, somos uma alternativa de esquerda, queremos realizar uma
auditoria à dívida, recusando pagar as calotes dos accionistas dos
bancos privados e comerciais. Restruturar para descer o juro, até
3,5%. Não podemos pagar juros especulativos, como acontece na Grécia
a na Irlanda. Se os portugueses exigirem, apoiaremos a realização
de um referendo à dívida. Tal como os Islandeses.
Quanto ao crescimento, o FMI,
condiciona o grau de soberania, e as políticas públicas de
crescimento vão congelar; como o 13º e 14º mês; o salário direto
e indireto vai descer. Privatizações e despedimentos podem puxar a
economia, para os neoliberais, mas será um beco. Pagam os de baixo.
Está na hora de deixar o laisser faire na economia. A corrupção e
a fuga fiscal necessitam de uma revolução. O Bloco de Esquerda
tomou o lugar tribunício em nome dos sacrificados, por uma
alternativa, não estamos arrumados na prateleira das velharias
ideológicas, como deseja Francisco Assis. Corrigir as assimetrias
sociais, como o desemprego, as privatizações ruinosas, as parcerias
público privadas, provocadas por governos socialistas, que
originaram uma transferência de bens, serviços e capital para o
setor privado na ordem dos 26 biliões de euros; não corresponde à
carta ao Pai Natal, que Sócrates escreve em nome dos portugueses há
6 anos.
Trabalho sem direitos, não; futuro
incerto, não obrigado, mais emigração; é desistir de nós mesmos.
O sistema conhece o perigo, a perversão
está em tentar, apesar da vanidade; aparente. Os portugueses estão
indignados, cheios de indignação nos bolsos. É tempo de os ajudar
a retirar para fora dos bolsos a indignação, ou caso contrário, o
centrão, manda-los-á dar uma volta. Como a nossa burguesia, também
eles querem rendas vitalícias. Está na hora de quebrar com o
rotativismo PS - PSD. Dia 5 de Junho vamos referendar o governo da
troika e mudar de futuro.
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