AGRICULTURA E PECUÁRIA
A “troika” PSD, PS e CDS tem
tomado medidas que agravam ainda mais a difícil situação das micro e pequenas
propriedades agrícolas, predominantes no distrito de Vila Real, levando ao fecho
de muitas delas. A coleta tributária de pequenas quantidades de produtos
agrícolas é também demasiado burocratizada, asfixiando pequenos agricultores. Vamos
defender a isenção de coleta para a transação de pequenas quantias de produtos!
O Bloco vai defender os
produtos locais certificados (castanha, batata e fruta…), promovendo
setores que a PAC tem desprezado, como o frutícola, leiteiro, vitivinícola e
outros, incentivando a venda direta sem
intermediários, criando-se em cada localidade as condições adequadas para o
efeito, para uma independência em relação aos preços arrasadores definidos
pelas grandes superfícies. É fundamental e necessário defender a diminuição
da dimensão das explorações com direito a ser subsidiada por fundos
comunitários. Propomos, assim, revogar a Portaria 169/2015, de 4 de Junho.
A
Casa do Douro continua a ser um problema delicado para os vitivinicultores. Por
despacho do ainda Governo, este organismo já não existe…Os partidos do arco do
poder conseguiram liquidar a entidade mais antiga e representativa dos
produtores vinícolas da região demarcada. Quem fica mais prejudicado com esta
medida são os pequenos e médios vitivinicultores que fazem da produção do vinho
generoso (Porto) que viram transferidas para o IVDP as suas competências
beneficiando com esta medida as grandes casas exportadoras, A coligação de
direita sempre bloqueou todas as iniciativas tomadas pelo Bloco de Esquerda que
visavam a resolução da então Casa do Douro, protegendo os pequenos associados e
trabalhadores e pugnando pela sua mobilização em torno de uma grande associação
que os represente e os defenda das grandes companhias. Caberá a esta nova Casa
do Douro transformar-se numa imensa adega cooperativa, que consiga dinâmicas de
promoção e valorização do património vitivinícola.
AMBIENTE, FLORESTA E TURISMO
Trás-os-Montes e Alto Douro e,
particularmente o distrito de Vila Real, tem sido afetado por políticas
desenvolvimentistas cegas que sistematicamente atentam contra a sustentabilidade
ambiental em função do lucro imediato. Por exemplo, o licenciamento anárquico
de pedreiras ou a construção de barragens não vão trazer mais-valias
significativas, acabando por representar uma forma danosa de gerir o
território.
O Bloco de Esquerda acredita que os
territórios denominados Áreas Protegida (AP) podem ser um importante fator de
fixação de populações garantindo-lhes uma melhoria do seu nível de vida através
da exploração adequada e equilibrada dos recursos hídricos, agrícolas como florestais.
Uma boa gestão dos territórios com o reflorestamento
de áreas ardidas por espécies autóctones torna-se numa forma eficaz de
prevenção de incêndio, absorção de CO2 e evitará a desertificação da
região, promovendo também um turismo sustentável. A prevenção dos incêndios
florestais obriga à reconversão florestal com espécies pouco combustíveis,
evitando a monocultura, o que não se compadece com os interesses económicos das
empresas de celulose. O investimento na agro-floresta com o castanheiro, nogueira,
avelãzeiras, bem como a extração resineira, pode ser um motor de dinamismo
económico.
O Bloco de Esquerda apoiará a divulgação
da região, que não se cinge ao Alto Douro Vinhateiro, e a reposição de um
instrumento de promoção turística que não se submeta às prioridades do Porto. O
BE defende investimentos no sentido de promover a reabilitação de aldeias
inseridas em regiões com potencial turístico (veja-se por exemplo o caso das aldeias
vinhateiras), valorizando o poder local e a intervenção das populações.
A Universidade de Trás-os-Montes e Alto
Douro, como indiscutível polo de investigação e conhecimento, poderá ser um
catalisador no âmbito da melhoria de gestão do território e atrair jovens para
investir na região, incentivando o empreendedorismo e tirando partido dos
recursos naturais.
Ø Subsidiariedade
nos preços no fornecimento de água às populações;
Ø Fim à delapidação
do território (barragens e pedreiras).
Ø Alargamento
e dinamização do PNAlvão, abrangendo o Marão.
Ø Banco
de Terras como proposta fundamental no sentido de dinamizar o proveito dos
recursos agrícolas e florestais e combatendo também a desertificação.
Ø Prevenção
da degradação dos solos na exploração vinícola.
Ø Fiscalização
e coimas agravadas para crimes ambientais.
Ø Diversidade
de produção (frutas e vegetais) e incentivo á formação de cooperativas.
Ø Promoção
do turismo rural/florestal de baixa intensidade.
Ø Melhoria
da Plataforma de Turismo do Douro.
Ø Promoção
da biodiversidade: apoio de caminhos pedestres e trilhos de bicicleta: educação
ambiental em articulação com a Ciência Viva.
Ø Promoção
dos recursos dos ecossistemas florestais – aposta na produção orgânica, no
cooperativismo e na certificação.
EMPREGO E ESTADO SOCIAL
O desemprego no distrito de Vila
Real é, há décadas, um problema
crescente, evidenciando-se pelas estatísticas do INE, o
agravamento contínuo da situação. O município
do Distrito com maior taxa de desemprego é o de Mesão Frio com 27%. Só com o
aumento de emprego e a melhoria das condições de vida se estancará a constante
emigração. Há milhares de pessoas que começaram a
trabalhar aos 12 e 13 anos, fazendo os seus descontos e que apesar de trem
neste momento mais de 48 ou 50 anos, continuam a ser impedidos de se
reformarem. Defendemos:
Ø Inversão
da atribuição dos subsídios de mobilidade laboral para um modelo que privilegie
a fixação de empresas no Interior e não a deslocação de pessoas para o Litoral;
Ø Maior
fiscalização para averiguar situações de escravatura laboral e a criação de uma
linha de apoio distrital do IEFP para aconselhar futuros trabalhadores na
negociação do seu contrato de trabalho.
Ø Apoios
e incentivos claros e inequívocos a empresas que se instalem na região.
Ø Redução
do horário de trabalho para 35 horas nos sectores públicos e privado.
Ø Combate
à precariedade, designadamente aos falsos recibos verdes e falsos “out-sourcings”.
Ø Aumento
do salário mínimo para 600€.
Ø Aplicação da regra de aposentação voluntária para quem trabalhou
40 anos independentemente da idade.
Ø Promoção da progressiva convergência dos escalões mais baixos com
o salário mínimo nacional.
MOBILIDADE
O Distrito de Vila Real está
mais isolado em termos de vias de comunicação do que há mais de uma década
atrás! Parece um contra-senso, com a A24 e a construção (ainda não terminada)
da A4, emperrada no célebre túnel do Marão. A Linha do Corgo, inaugurada em
ainda no tempo da Monarquia (Maio de 1906), foi encerrada
em Julho de 2010, com a promessa de investimentos vultuosos para melhorar
rapidez e segurança. Um património histórico e turístico foi criminosamente
delapidado, não sobrando nem linha nem balastros. Mentiram-nos.
É urgente a modernização da linha do Douro. A eletrificação
vem a passo de caracol… Ignoram-nos e
mentiram-nos
A ligação aérea do Nordeste transmontano, esta intermitente
ora existe, ora não existe A última ligação, prevista para o início do Verão não
se iniciou. Mentiram-nos.
Urge pois contrariar estas políticas promovendo a:
Ø Reabilitação e
aproveitamento da linha do Corgo como meio de transporte e de promoção
turística da região;
Ø Modernização da linha
do Douro, com a imediata eletrificação até ao Pocinho e ponderação de uma
ligação a Espanha;
Ø Retoma das ligações
aéreas a partir do aeródromo de Vila Real, recuperando a rota anterior.
Ø Fim das portagens na
A24
Ø Criação
de Centros operacionais que permitam a conservação da rede viária do Distrito.
Ø Extensão
do IC5 do Pópulo até Vila Pouca de Aguiar.
Ø Construção
duma IC a ligar Montalegre e Chaves a Bragança
REGIONALIZAÇÃO
O Bloco defende o arranque definitivo, sem hesitações, do processo
de descentralização administrativa em sintonia com a Constituição da República
Portuguesa. Somos defensores da criação de entidades regionais com órgãos
diretamente eleitos pelas populações residentes com competências para
promoveram projetos de desenvolvimento regionais. Como consequência da
implementação desta medida serão progressivamente extintas as CDCR. Na nossa
região entendemos ser prioritária a criação duma região piloto: A Região de
Trás os Montes e Alto Douro.
SERVIÇOS PÚBLICOS
Na
última década, desapareceram Centros de Saúde, Urgências, Maternidades,
Escolas, Correios, Tribunais. Futuramente o mesmo acontecerá com os Serviços de
Finanças. As populações residentes e envelhecidas ficam frequentemente privadas
de serviços que são consagrados na Constituição da República Portuguesa.
É
necessário fazer ouvir a voz dos transmontanos junto do poder local e isso não
tem sido feito por parte dos deputados distritais da maioria.
Ø Reabertura
dos serviços públicos, de modo faseado, para uma vida plena no território,
condição essencial para a coesão territorial.
Ø Acesso
aos serviços públicos e com qualidade para todos.
Ø Criação
duma rede de transportes públicos para as populações mais distantes e isoladas
de forma a mitigar as dificuldades no deslocamento.
Ø Reforço
de viaturas do INEM tendo em conta a população idosa.
Ø Incentivos
à fixação de profissionais de saúde de maneira a diminuir as listas de espera
em consultas e outros tratamentos na área da saúde e reforço das especialidades
nos hospitais centrais regionais e unidades de saúde concelhios combatendo em
simultâneo de enfraquecer o SNS na região (abrindo caminho à avidez dos
privados).
Ø Na
educação, propomos a redução do número de alunos por turma, nos atuais centros
educativos e a ponderação, caso a caso, da reabertura de escolas do 1º ciclo em
núcleos habitacionais mais afastados dos centros urbanos assim como o reforço
das creches e ensino pré-escolar públicos (não esquecendo a substituição das
coberturas com amianto nas escolas).
Ø Discriminação
positiva da UTAD na rede de Ensino Superior Público, com orçamento adequado que
permita assegurar o múltiplo papel no Ensino, Investigação e Empreendedorismo
local.
Ø Reforço
dos profissionais da justiça, descentralização dos tribunais judiciais e
disseminação de mecanismos de arbitragem e/ou julgados de paz de maneira a
agilizar processos de menor dimensão.
Ø Manutenção
dos Serviços de Finanças adequados nos vários concelhos do distrito.
Ø Implementação
duma estratégia contra o encerramento dos serviços postais e consequente
transferência de serviços para as Juntas de Freguesias; a privatização dos CTT
não pode ser feita à custa do Estado nem dos cidadãos.