O balanço ambiental dos
biocombustíveis depende entre outros, de factores como o tipo de
agricultura praticada, o consumo de água e o impacte na
biodiversidade quando as zonas de cultura substituem áreas de grande
biodiversidade.
O principal problemas das
tecnologias de 1º geração é que necessitam de importantes
superfícies cultiváveis, sendo que uma parte importante das terras
agrícolas vai ser utilizada para produzir biocombustíveis em vez de
comida. O resultado obviamente é a subida do preço dos alimentos.
Esta subida está ligada
a factores estruturais como o aumento de procura da China e da Índia
(países em vias de desenvolvimento), mas também temporais e
consequente especulação de mercados. Situação que aumentou a
pressão exercida sobre os preços, que dificilmente voltarão aos
níveis praticados em 2005.
A produção de cereais
não acompanhou a crescente procura por parte dos países em vias de
desenvolvimento, o preço do petróleo continua a bater recordes, o
custo dos alimentos encarece, o risco de inflação na Zona Euro é
acrescido e o Banco Central Europeu vê-se impedido de baixar as
taxas de juro nesta conjuntura, é um fenómeno global que a ONU já
chamou de tsunami silencioso.
A expansão da produção
de biocombustíveis coloca em risco a soberania alimentar e pode
agravar profundamente o problema da fome no mundo.
No entanto a ideia dos
biocombustíveis é alimentada pela propaganda sensacionalista do
“combustível verde” que diz que o biodiesel é uma ferramenta
capaz de deter o aquecimento global.
Sabemos que este é um facto
real mas por outro lado deve-se desmistificar o biodiesel como
principal solução. Um estudo do Gabinete Belga de Assuntos
Científicos mostra que o biodiesel provoca problemas de saúde e
ambientais porque cria uma poluição mais pulverizada, libertando
poluentes que promovem a destruição da camada de ozono, além disso
cada litro de etanol produzido consome cerca de 4 litros de água, o
que representa um risco de maior escassez de fontes naturais e
aquíferos.
É necessário investir
em alternativas sustentáveis de energia eólica, solar, das marés,
etc.
Porém, discutir novas fontes de energia implica, em primeiro
lugar, reflectir a serviço de quem estará esta nova matriz.
Assim
apenas podemos concluir que o homem passa agora da exploração do
ouro negro para a exploração do ouro verde, seja a que custo
for.
Chega desta propaganda insana, que trás às nossas casas a
mentira e a perversão capitalista mascarada numa fantasia de um mundo
mais verde.
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