Temos assistido a alguns espectros
moribundos da política a defenderem com unhas e dentes a oligarquia que ainda
sustem as suas poltronas do poder. E tão confortavelmente sentados fazem
malabarismos incompetentes com conceitos que não se devem confundir.
E ouvimos assim dizerem que é a
democracia que defendem, quando na realidade a democracia é o pior dos seus
pesadelos. A democracia plural, a democracia menos representativa e mais
directa, mais participada com a voz de todos os portugueses que fazem o país.
Esta voz faz tremer as suas poltronas e por isso tentam desesperadamente manter
o poder que é só deles, um poder de poucos em benefício próprio.
Com estas últimas eleições que
reafirmaram o crescente voto de confiança depositado pelos portugueses na
alternativa segura que é o Bloco de Esquerda, fica cada vez mais próximo o
momento em que essa cadeira cairá e o tombo será grande. Porque os portugueses
querem efectivamente romper com esta espécie de democracia coxa onde só alguns
privilegiados dogmaticamente se impõem como únicos com capacidade para
(des)governar.
E enquanto a cadeira balança, cai
não cai, vão-se agarrando à última arma que têm, que está longe de ser um
debate sério no plano das ideias, só lhes resta regressarem ao discurso à
Estado Novo na tentativa de colagem de rótulos velhos que já não colam, ao insulto
ou tentativa de insulto e à desinformação deliberada.
E por isso vemos correr muita
baba de ódio contra o Bloco e contra a democracia pluralista. A riqueza do
Bloco é exactamente a pluralidade de contribuições convergentes de cidadãs e
cidadãos, de forças e de movimentos que se comprometem com a defesa
intransigente da liberdade e contra o castramento da democracia e o seu
afunilamento, que adestra e prende o povo a uma espécie de democracia que só
deixa como forma de expressão democrática o voto, para logo esvaziar o espaço
da voz de todos na resolução dos problemas que enfrentamos no nosso país, na
nossa cidade, no nosso bairro.
No Bloco de Esquerda lutamos por
uma democracia plena e não por uma democracia açaimada, lutamos por uma
pluralidade ideológica contra o rotativismo político da linha única de
pensamento que se mantém estagnada mesmo em tempo de crise. Lutamos pelo
Socialismo democrático, plural e participado na defesa da responsabilidade
pública e dos serviços públicos contra a desigualdade social. Lutamos por um
Socialismo moderno, produtivo e economicamente viável, mas que coloca em
primeiro as pessoas e não a acumulação descabelada de lucros pois conhecemos
bem o que isto nos trouxe.
Os portugueses pedem a
transformação social urgente e sabem bem de que lado está o Bloco de Esquerda.
Desengane-se quem desesperadamente usa discursos bolorentos para estigmatizar e
rotular de forma pouco séria um movimento político. Toda a gente corre o risco
de estar mal informada. Mas pior que estar mal informado é desinformar
deliberadamente.