21-Set-2009 |
A região do Douro, | a mais antiga e mais prestigiada região demarcada e
regulamentada do mundo, tem vindo a atravessar um crise muito
particular que resulta no empobrecimento dos pequenos produtores e dos
trabalhadores rurais. Em muitas quintas os salários estão em atraso
durante meses consecutivos e os pequenos produtores debatem-se com
dificuldades de comercialização dos seus vinhos. Promover as marcas
"Douro" e "Porto" nos mercados internacionais é a intervenção mais
importante.
A política tanto do PSD como do PS tem sido a de
beneficiar os grandes produtores do Douro e permitir o estrangulamento
do pequenos produtores que têm visto os seus rendimentos diminuir
drasticamente.
É neste campo que a Casa do Douro pode e deve
cumprir a sua missão de liderança associativa dos viticultores
durienses, pode e deve desempenhar uma função essencial de coordenação
de esforços entre produtores e cooperativas e defendê-los diante da
pressão dos exportadores. Este papel de serviço público da Casa do
Douro foi profundamente afectado pela crise que ela tem vindo a
atravessar.
Na legislatura anterior o Bloco de Esquerda
apresentou um Projecto de Resolução na Assembleia da República que foi
aprovado e no qual se recomenda ao governo a realização de um plano de
saneamento financeiro da Casa do Douro e uma clarificação legislativa
no sentido de balizar as competências próprias da Casa do Douro que, na
nossa opinião, deve ter um papel fundamental para a sustentabilidade da
região. Estas recomendações foram aprovadas mas falta a vontade
política para as tornar realidade.
A situação de desespero
em que vivem os pequenos produtores e os assalariados, como de tantas
cooperativas, só pode ser resolvida com um plano de acção direccionado
para a sustentação da comercialização e a valorização da produção.
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