Cooperativa de Chaves tem bens penhorados para assegurar dívida a trabalhadores
10-Mai-2010

adega_coop_chaves.jpgA Cooperativa de Chaves tem alguns dos seus bens arrestados por ordem do Tribunal de Trabalho de Vila Real. A providência cautelar que deu origem à penhora foi interposta por nove trabalhadores que rescindiram contrato por falta de pagamento de salários. A direcção da Cooperativa não se quis pronunciar sobre o arresto, alegando ainda não ter sido notificada, mas revelou que os ex-trabalhadores têm em curso um processo disciplinar.

Os nove trabalhadores da Organização de Produtores Pecuários da Cooperativa de Chaves, uma secção destinada à sanidade animal, rescindiram, há cerca de dois meses, o contrato com a instuição, “por justa causa”. Alegam falta de pagamento de salários. “Entre cinco a seis meses (incluídos subsídios de férias e Natal)”, garantiu, em nome dos restantes, um trabalhador, que preferiu não ser identificado. O processo está em curso no Tribunal de Trabalho Vila Real. E, para já, os trabalhadores venceram uma batalha: viram deferida uma providência cautelar para arresto de alguns bens da instituição.

Os bens penhorados, entre os quais o edifício da própria sede e um crédito de mais de 41 mil euros que a Cooperativa tem junto do Instituto de Finan-ciamento da Agricultura e Pescas, servirão para pagar aos trabalhadores, caso vençam a acção judicial em curso. Para os ex-trabalhadores, na origem da falta de pagamento estaria a “má gestão” do serviço por parte da direcção da Cooperativa. Entretanto, os trabalhadores em causa criaram uma associação, no seio da qual funciona uma nova OPP.

Confrontada com o arresto, Maria José Barros, da direcção da Cooperativa, garantiu que a instituição não tinha “conhecimento de nada”. “Não posso dizer nada, porque ainda não fomos informados de nada”, disse, na passada quarta-feira. Quanto aos salários em atraso, garantiu que se tratava de apenas “três meses”. “Teve a ver com uma situação pontual no final do ano, mas nós pedimos compreensão e dissemos que íamos resolver o problema e até dissemos que, caso houvesse alguém que dependesse apenas do salário, poderia solicitar à coordenadora um adiantamento, mas nunca foi solicitado”, explicou Maria José Barros, revelando ainda que os funcionários em causa estão a ser alvo de “um processo disciplinar”. “Andaram a angariar criadores para criar uma associação, com os nossos carros e durante o horário de trabalho”. “É tudo mentira!”, contrapõe, por seu lado, o ex-trabalhador.

Fonte: Semanário Transmontano