Bloco marca Convenção para 14 e 15 de maio
06-Fev-2011

A Mesa Nacional do Bloco de Esquerda esteve reunida este sábado, em Lisboa, tendo marcado a Convenção Nacional para os dias 14 e 15 de maio.

Nesta reunião foi abordada a reeleição de Cavaco Silva, que representa “uma derrota para as esquerdas sociais e políticas” e “favorece as pressões para medidas complementares de austeridade, que aplicam as orientações clássicas do FMI e antecipam a sua tutela”.

Apesar da vitória de Cavaco Silva na primeira volta, o Bloco considera que o actual presidente da República “sai enfraquecido destas eleições: perde mais de meio milhão de votos e obtém a menos expressiva das reeleições”, sendo que, por outro lado, “a sua vinculação à SLN, holding do BPN, sublinha uma posição de fragilidade que exige pleno esclarecimento dos factos”.

O Bloco reconhece a derrota clara do candidato que apoiou, mas declara valorizar “a mensagem da campanha de Manuel Alegre, marcada por dois temas essenciais - a resistência à chantagem dos mercados financeiros e do FMI, e a defesa dos serviços públicos como condição da democracia”.

Durante a reunião da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda foi também discutido o reforço da aliança do partido socialista com o patronato e a proposta de alteração das regras dos despedimentos. O Bloco “associa-se a todas as lutas de resposta a esta ofensiva e estará ao lado dos sindicatos nas mobilizações e jornadas nacionais de greve e de luta que sejam necessárias para vencer as políticas do governo e da direita” e anuncia que irá organizar “um Dia Anti-FMI com acções de mobilização em todo o país, no mês de março”.

O Bloco de Esquerda saudou ainda os levantamentos populares na Tunísia e no Egipto, que “continuará a acompanhar de forma solidária” e afirmou condenar “todas as tentativas para, através de forma de ingerência, limitar o seu alcance político”.  

O coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, reagiu, em conferência de imprensa, à possibilidade do Partido Comunista Português avançar com uma moção de censura ao Governo.

Francisco Louçã afirmou que o Bloco sabe que “no dia em que estamos a discutir não tem qualquer utilidade prática a apresentação de uma moção de censura” e que apresentará sempre alternativas, não se pronunciando “sobre moções de censura que não existem ou sobre intenções vagas de apresentação por este ou aquele partido”.

O dirigente do Bloco afirmou que actualmente o país precisa de uma verdadeira mobilização social para combater os falsos recibos verdes, o trabalho precário e a situação dos jovens sem emprego.