May Day – “Precários nos querem, rebeldes nos terão” |
04-Mai-2009 | |
A precariedade é um problema que ainda não foi resolvido pelos sindicatos na medida em que as condições do contrato de trabalho têm como consequência uma relação diferente entre o trabalhador e o empregador, sendo que a principal característica é a brevidade do período em causa. Os sindicatos vêem assim dificuldades na integração destes novos “operários” pois escapam aos tradicionais moldes do vínculo laboral. O movimento May Day surge assim como uma resposta a este problema até que os sindicatos consigam desenvolver formas para lidar com esta nova realidade. Participei na manifestação em Lisboa. Ao mesmo tempo, decorria outra no Porto. Embora perceba a razão de se organizarem duas manifestações distintas (a possibilidade de uma maior participação por parte daqueles que têm dificuldade em deslocar-se à capital será o principal motivo), não posso deixar de pensar que não terá sido a melhor estratégia. Em Lisboa estavam menos pessoas do que na manifestação do ano passado (na qual também participei) e julgo que no Porto o número não era esmagador. Provavelmente, teria sido mais proveitoso organizar esforços no sentido de promover-se o transporte das pessoas que vivem no Norte do país, particularmente no Interior Norte. Desta forma, o número de pessoas presentes seria maior e mais significativo. Numa altura de crise e num ano de três eleições seria importante demonstrar a união e a força deste movimento. A experiência final foi extraordinária! Estavam presentes pessoas de vários movimentos (por exemplo, Panteras Cor-de-Rosa, a ATTAC Portugal) que tornaram o desfile colorido, pluralista e abrangente. Empunharam-se cartazes que tornavam visíveis as preocupações de uma juventude que teme pelos seus direitos: desde os resultados da recente Cimeira do G20 até ao Processo de Bolonha. Gritaram-se palavras de ordem sem nunca se perder o entusiasmo e a alegria de quem sabe que está a lutar por uma causa que diz respeito a todos e a todas, e que é possível mudar o que está errado não apenas para os que já são trabalhadores agora, mas também para aqueles que vão entrar no mercado de trabalho. “Precários nos querem, rebeldes nos terão” |